A tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, citada como uma das dez piores catástrofes por deslizamento de terra do mundo nos últimos anos, mobilizou as empresas da indústria de seguros no Brasil. Além de implementarem esquemas especiais de atendimento, as seguradoras e corretores mobilizaram funcionários, clientes e fornecedores em campanhas de doações às vítimas. Liberty, Bradesco, BB Mapfre Seguros, Tokio Marine, Itaú Unibanco, Santander, SulAmérica e Mongeral, alem do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (Sincor RJ), estão entre as companhias que anunciaram doações e campanhas para recolhimento e envio de itens básicos às vítimas. Até o dia 19, a defesa civil computava mais de 750 mortos na região.
Infelizmente, poucas pessoas atingidas tinham seguro de vida, da casa ou de carro, segundo uma análise preliminar das seguradoras. Ao contrário da Austrália, que sofre com as enchentes desde o fim de dezembro, com mais de 200 mil desabrigados e cerca de 20 mortes. Lá, as seguradoras e resseguradoras deverão amargar um grande prejuízo com o pagamento de indenizações de carros, casas, estabelecimentos comerciais e lucro cessante para exportadoras de carne e empresas ligadas a mineração, dois setores importantes na economia do pais.
As maiores seguradoras australianas já registram forte queda no valor de suas ações em razão do grande volume de indenizações já solicitadas pelos clientes. Lá, o seguro é ofertado porque o país tem um excelente sistema de alertas de eventos climáticos. Por ter tempo hábil de mitigar o risco e tirar as pessoas do local, as seguradoras sentem-se mais a vontade de ofertar produtos por preços mais acessíveis.
Já no Brasil, apesar de ser o maior mercado de seguros da América Latina, o país ainda engatinha na venda de apólices que dão proteção a eventos como deslizamento, enchente, inundação. Boa parte do faturamento do setor vem da venda de VGBL, um seguro de vida com acumulação de recursos. Desde a abertura do mercado de resseguros, em 2008, as seguradoras passaram a ofertar produtos mais inovadores com preços mais acessíveis.
No entanto, com mudanças nas regras do resseguro, o seguro das seguradoras, em dezembro passado pelo governo, a expectativa é de um crescimento menor na inovação dos seguros de ramos elementares (tudo o que não é vida) em razão da falta de confiança jurídica dos grupos estrangeiros em atuar em um mercado que muda as regras sem amparo legal.
Segundo divulgaram os jornais nesta semana, apenas 50% dos hotéis e pousadas da região serrana do Rio contam com apólices de seguro patrimonial, de acordo com declarações da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. A cobertura de lucro cessante, na qual é possível ter o lucro perdido em razão de um acidente, é pouco contratada por pequenas e médias empresas.
Uma pena. Pois o seguro poderia ajudar a recuperar os 2,4 mil quartos de hotel destruídos nas três cidades mais atingidas na região serrana. Isso representa 60% da oferta do ramo hoteleiro, que já calcula prejuízos de US$ 30 milhões com hospedagem até o fim do Carnaval, informaram os jornais. Entre empregos diretos e indiretos, a atividade hoteleira local gera mais de 12.000 postos de trabalho. Destes, estima-se que 80% correm o risco de serem fechados nos próximos 30 dias por conta das inundações.
O grande conhecido da população brasileira é o seguro de carro, segmento que concentra o maior número de pedido de indenizações nas seguradoras. A Porto Seguro, maior seguradora de carro do Brasil, informou que a maioria dos clientes tem cobertura para danos causados pelas enchentes, uma vez que o principal produto vendido pelo grupo conta com cobertura completa, que abrange colisão, incêndio e roubo ou furto.
A Liberty, com 20 mil veículos segurados na região serrana e mais de 5 mil residencias, criou uma estratégia especial para agilizar o atendimento, desde um call Center especial até o pagamento do seguro do carro sem a burocracia de encontrar o veículo no mar de lama que virou boa parte da região serrana. A expectativa inicial da empresa é atender, em média, 300 pedidos de indenização.
A Marítima informou que está oferecendo lavagem e higienização de veículos afetados por enchentes e inundações para seus clientes. Já no Plano Executivo, além do serviço de lavagem e higienização, foi incluído o serviço de reboque com quilometragem ilimitada e fornecimento de carro reserva com ar condicionado durante o período de conserto. Também houve aumento na quilometragem de reboque no Plano de Assistência a Veículos de Carga, que passa a abranger um raio de até 800 km.
A SulAmérica deslocou guinchos e peritos de cidades próximas aos locais impactados pelas fortes chuvas para auxiliar nos atendimentos da região.
Além disso, a vistoria dos veículos sinistrados está sendo feita na base do reboque, direcionando rapidamente o veículo danificado a oficina mais próxima ou de preferência do cliente.
A regulação dos sinistros também ganhou agilidade com o deslocamento dos peritos.
Além destas ações a SulAmérica também fará uma doação em dinheiro para a Cruz Vermelha, comprar colchonetes e cobertores e doará também brinquedos para as crianças da região. A companhia também criou uma campanha interna para incentivar funcionários, corretores de seguros e parceiros a contribuir com a Cruz Vermelha de cada local afetado pelas chuvas.
O Santander, com aproximadamente mil clientes na região serrana, anunciou o adiantamento de 100% do seguro para clientes de todas as carteiras. Para aqueles que contam com cobertura para desmoronamento, a indenização sera paga após a vistoria, que conta com uma equipe reforçada de peritos no local.
A equipe de funcionários e corretores da Allianz está mobilizada para entrar em contato com os segurados, que tiveram a renovação automática das apólices que venciam no início de janeiro garantida até o final do mês nas mesmas condições da apólice anterior.
O banco doará R$ 1 milhão e disponibilizou um número de telefone ( 0800-703-9360 ) exclusivo para acelerar as indenizações de clientes com seguro devida, automóvel, residencial e comercial, que tenham sido atingidos pelas chuvas.O banco vai oferecer condições melhores para tomada de empréstimo e cobrançaaos clientes das regiões atingidas.
A Brasilveículos, seguradora do Banco do Brasil e da Mapfre, montou postos de coletas nos Centros Automotivos BB Seguro Auto, localizados em Brasília e Fortaleza, e nos Centros de Diagnósticos BB Seguro Auto, que ficam em São Paulo, Curitiba e Florianópolis. Até o dia 31 de janeiro, todas as pessoas que fizerem doações ganharão um diagnóstico veicular para seus automóveis de passeio, exceto na cidade de Fortaleza. Além de mobilizar todos os seus colaboradores na arrecadação interna de donativos e na doação de sangue, a Brasilveículos companhia já doou cobertores, colchonetes e água para toda a região afetada pelas chuvas.
fonte: Sonho Seguro por Denise Bueno
link: http://www.sonhoseguro.com.br/2011/01/tragedia-mobiliza-setor-de-seguros/
Nenhum comentário:
Postar um comentário